Comunicação


ID: 2771

Deus da Misericórdia entre nós

Uma pintura urbana – outra forma de pregação!?

03/12/2018

Deus da Misericórdia entre nós (Foto: Carlos LuizUlrich)
Deus da Misericórdia entre nós (Foto: Carlos LuizUlrich)
Deus da Misericórdia entre nós (Foto: Carlos LuizUlrich)
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DEUS DA MISERICÓRDIA ENTRE NÓS
Uma pintura urbana – outra forma de pregação!?

 As sete ações de misericórdia e # outros 500 dão a moldura para a ‘pintura urbana’ feita na parede do prédio vizinho que passou a identificar o atual espaço da IECLB em Vitória/ES. Este espaço fica ao lado do antigo Centro de Formação Martim Lutero (que atualmente abriga a sede do Sínodo Espírito Santo a Belém(SESB) e as Faculdades Unida e Unopar ao lado da Igreja Luterana, separada pelo estacionamento. O projeto foi realizado durante os meses de outubro e novembro, sendo dedicado oficialmente pelo P. sinodal Joaninho Borchardt no final do culto de 03 de dezembro de 2018.

            Esta pintura urbana retrata as seis ações de misericórdia arroladas por Jesus no texto do juízo final de Mateus 25.31 – 47, mais uma acrescida pelas primeiras comunidades cristãs. Nela vemos alguém batendo à porta e recebendo comida, outra recebendo água, um estrangeiro sendo acolhido numa casa, uma pessoa recebendo roupas; um doente sendo cuidado; um preso sendo visitado; e uma pessoa sendo velada. Jesus convida(constrange!) aos seus ouvintes e seguidores/as para assumirem a missão da misericórdia dada por Deus.

           Deus é fiel e Criador: Ele tudo fez e nós humanos somos feitos a sua imagem e semelhança e dele temos a responsabilidade de fazer o que Ele faria se estivesse aqui. Em Génesis 3. 21 Adão e Eva enfrentam um futuro difícil e precisam de roupas para se proteger, e Deus dá-lhes tais roupas. Assim, nós temos a responsabilidade de vestir os nus, os pobres. Em Gn 18. 1 – 14, Deus visita Abraão e Sara, ambos muito velhos. Assim, temos a responsabilidade de visitar e cuidar dos doentes e idosos. Neste mesmo texto, registra-se que Abraão acolhe três estrangeiros. Assim, temos a responsabilidade de sermos hospitaleiros, sobretudo com os viajantes e peregrinos(migrantes!). Em Gn 25.11, Deus consola Isaque depois da morte de Abraão. Assim, temos a responsabilidade de consolar os que choram. Em Gn 47. 29-30 Jacó diz a José: “Se posso pedir um favor, não me sepultes no Egito. Quando eu morrer, tire o meu corpo do Egito e me coloque na sepultura dos meus antepassados, a fim de que eu descanse com eles. Assim, é um dever sagrado sepultar os falecidos. O livro do Êxodo 34.6 chama atenção para o verdadeiro sentido destas instruções éticas e mandamentos divinos: mostram que Deus tem compaixão e misericórdia. Ele é benigno e misericordioso, tardio em irar-se ... é bom para todos/as (Salmo 145. 8ss) e sua misericórdia dura para sempre (Salmo 118. 1).

            O Deus Criador e Pai Misericordioso é assim apresentado pela tradição vetero-testamentária e também foi proclamado por Jesus. O texto de Lucas 15. 11 – 32, na parábola do “Pai Misericordioso e seu dois filhos”, é um bom exemplo de prática de misericórdia. Em sendo, Deus misericordioso somos ordenados a sermos misericordiosos como Ele é. Lucas 10. 25 -37, a parábola do “Bom Samaritano” exemplifica a pratica do amor ao próximo; este se sobrepõe aos “costumes” ou ritos religiosos. Ou seja, Deus Criador dá dignidade a todas as pessoas criadas à sua imagem e semelhança. Quem tira a dignidade somos nós, com nosso jeito de organizar e produzir em sociedade. Muitas pessoas buscam um Deus “nas alturas ou projeções fictícias.” Vivem uma religiosidade sobremaneira fundada no louvor, no êxtase ou dentro de si mesmas. Jesus, porém, deixa claro: Ele está naquele que está com sede, fome, frio, precisa de acolhida, está preso, perdeu alguém e sofre. Esta é a novidade (boa nova!) na parábola do juízo final: à pergunta formulada pelas “pessoas justas” – Quando foi que te vimos com fome, com sede... doente ou na cadeia e fomos te visitar? (vv. 37 -39).

Portanto, a fé em Deus e em Jesus Cristo implica no amar ao próximo. “E Jesus disse-lhe: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e todo entendimento. Este é o primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22. 37-39) O reformador Martim Lutero afirma que a fé e o amor perfazem a vida do cristão e da cristã: A fé recebe, o amor dá; a fé leva a pessoa a Deus, o amor a aproxima das demais. Através da fé ela aceita os benefícios de Deus, através do amor ela beneficia. E ainda como enfatiza o apóstolo Tiago: “a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é morta.”(Tiago 2. 14-17).

A idealização e desenvolvimento da atual “pintura urbana”- as sete ações de misericórdia - aconteceu em três momentos: a) da observação do espaço disponível e a pergunta o quê se poderia comunicar ali? b) no estudo bíblico baseado em Mateus 25. 31 - 47), apoiado pela caderno “Misericórdia: Nossa Missão”, ‘um esboço da pintura’ tomou forma no papel, e c) no curso das “reformas” feitas pela paróquia de IECLB-Vitória no intuito de dar maior visibilidade, de adequação da acessibilidade e contribuir com a sustentabilidade ambiental, bem como no contexto do jubileu dos 500 anos da Reforma Luterana em 2017 e, as reforma promovidas pelo SESB Centro de Formação(incluindo a sede do mesmo) e estacionamento (na antiga quadra de esportes), em 2018, formaram o cenário maior para a realização o projeto.

A execução do projeto “as sete ações de misericórdia” foi possível graças a parceria da IECLB - Paróquia em Vitória e com o SESB - Sínodo Espírito Santo a Belém, pois este deu o apoio financeiro para aquisição dos materiais(tintas e pincéis), aluguel de andaimes e mão de obra. A paróquia Vitória assumiu o acompanhamento logístico, principalmente a alimentação dos “pintores”. O desenvolvimento técnica do projeto – “pintura urbana - foi realizada pelos estudantes de Design e Artes da UFES, quais sejam: Kaio Ferreira, Rodolfo Cristian Behr, Rully Maiko Lírio e Luis Henrique Lima, que desenvolveu “a pintura urbana” e coordenou os todos os trabalhos.

Entre os objetivos da realização do projeto destacamos: identificar o espaço (marcar território); dar maior visibilidade a IECLB-Comunidade/Paróquia e ao SESB em Vitória/ES; e principalmente, lembrar da nossa responsabilidade diaconal misericordiosa a partir do Evangelho de Jesus Cristo. De forma mais ampla, proclamar a mensagem do Evangelho através da arte pintura – num tempo em que pouco se lê e se reflete. Neste sentido, ela também pretende se comunicar com todos e todas as pessoas que por ali circulam, o povo, especialmente, aqueles e aquelas que buscam a Comunidade/paroquia IECLB e a sede do SESB, em Vitória, na capital do Estado do Espírito Santo.

Felizes as pessoas que tem misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia delas. (Mateus 5.7)

P. Carlos Luiz Ulrich


 


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